Se na temporada passada o Dean foi o vilão do relacionamento Winchester, essa temporada definitivamente é do Sam. Dean permitiu que um anjo mal intencionado se escondesse dentro de Sam para mantê-lo com vida e foi esculachado pelo irmão por isso. E agora? Imagine qual será a reação de Dean quando ele tomar conhecimento das mentiras que o irmão anda contando. As loucuras que Sam está disposto a fazer para salvar o irmão já mataram um inocente no início da temporada e agora mais uma pessoa perdeu a vida como consequência da busca desenfreada de Sam pela remoção da Marca de Cain. Confesso que, se fosse eu, faria do mesmo jeitinho já que a vida do irmão está em jogo.
No fim do episódio passado vimos o acordo bizarro entre Sam e Rowena. Ela se dispôs a ler o Livro dos Condenados a procura do feitiço antigo capaz de remover a maldita Marca de Cain em troca de alguma coisa, claro. Então, logo no início de The Werther ProjectRowena diz sua condição: ela quer a morte do filho. O por que ninguém sabe já que Sam não se interessou nadica pela explicação dela mas posso supor, logo de cara, que a intenção dela é fazer Sam tentar matar o Crowley e ela salvá-lo da tentativa provando que os Winchesters não se importam com ele. Um plano de birrinha, para colocar um contra o outro. Mas não é só isso. Para expor meu pensamento sobre a segunda má intenção de Rowena, que disse só poder ler o livro com uma ajudinha extra, precisamos revisar o resgate do codex da Caixa Werther.
Sem muitos rodeios, a tal caixa foi feita por Cuthbert Sinclair, o mais irresponsável Homem das Letras que existiu. Ele construiu a caixa para conter o codex tirado da bruxa Nadya que era do Grand Coven. Para que ninguém abrisse a caixa ela foi enfeitiçada com uma magia suicida. Abaddon apareceu, acabou com os Homens das Letras e a caixa nunca foi enterrada. Então, numa bela manhã de 1973, uma adolescente a encontra no porão de sua casa e, depois de tentar abri-la sua família se suicida. A fama da casa vai parar na internet, é claro, e Sam, com todas as informações necessárias, vai atras de resgatar o codex pedido por Rowena. A jovem sobrevivente virou uma senhora solitária e paranoica que vivia trancada na mesma casa a 40 anos. Sam tem sua primeira tentativa de entrar frustrada e dá de cara com Dean super disposto a ajudar no ‘caso’, ele nem sonha que Sam está contando meias verdades e o ajuda a entrar na casa.
Daí pra frente o episódio me desanimou um pouquinho. Senti uma vibe Divergente na trama com esse negócio de alucinações. Sam não conseguiu conter o feitiço suicida, todos na casa são afetados e descobrimos como ele funciona. As pessoas mergulham em alucinações que conduzem ao suicídio. A primeira a morrer é a dona da casa, deu um tiro na própria cabeça (Sam é bem responsável por essa morte, vamos combinar). Dean também foi afetado e foi parar no purgatório. Benny, o vampiro camarada estava lá e o papinho sedutor quase convenceu Dean de se matar. Mas ele é um divergente e tem plena consciência de que tudo aquilo não passa de uma simulação alucinógena (sorry, não me contive). Enquanto Dean lida com seu pesadelo pessoal, Sam também é afetado e começa sua saga com a alucinação da própria dona da casa.
Os anos de hunter mudaram o Sam. Daquele cara preocupado com o bem estar da humanidade não restou quase nada. Ele agora justifica tanto as atitudes – para si próprio – que acaba acreditando nelas. A uns anos atrás Sam jamais defenderia o clichê – “o fim justifica os meios”, mas agora essa é a filosofia de vida que direciona suas atitudes e decisões. Então, quando ele enfrenta a alucinação, acredito que seu subconsciente grita as verdades que seu antigo eu tanto defendia. O Sam que foi parar na caixa com o tio Lu jamais colocaria a vida de pessoas em risco para garantir a vida de seu irmão ou a sua própria.
Só que esse tapa subconsciente dura pouquinho e ele é salvo pela alucinação da Rowena (mais uma vibe Divergente rsrs). Sam conseguiu, enfim, decifrar a inscrição na caixa e quase se matou dando seu sangue para abri-la sendo impedido por Dean que conseguiu manipular sua própria alucinação e completou a dádiva com seu próprio sangue. Quanta conversa fiada para conseguir o codex de Nadya.
Pois é daí que vem minha segunda desconfiança sobre Rowena. No finalzinho do episódio, quando Sam encontra-se com ela, ficou bem claro, pela reação, que suas intenções com o codex não são, definitivamente, de decifrar o livro. Seu risinho cínico e sutil é bem revelador e, mesmo presa até conseguir dar uma resposta satisfatória a Sam, ela vai aprontar das suas.
Reta final e a trama principal parece meio travada. Rowena foi introduzida no início da temporada e ainda não sabemos, ao certo, a que veio. Ela mitou, irritou, entediou mas não se mostrou. Crowley foi se apagando, apagando e já somamos 2 episódios sem ele. Cass, com a bateria carregada também resolveu sumir. O livro dos Condenados deu a impressão de ter entrado tardiamente no desenvolvimento. A Marca está lá mas não trouxe nosso Deanmon de volta ainda. Meio triste perceber que está acabando e a apoteose da décima temporada não aconteceu. Os roteiristas nos proporcionaram alguns bons momentos mas no contexto geral, ainda nos devem um desenvolvimento de respeito.
Prevejo um bom twist, como no fim da temporada passada, deixando tudo para ser desenvolvido na próxima, ou não, se levarmos em consideração o que foi feito com o Deanmon. Enfim, é esperar pra ver.
E você, o que acha? Deixe sua opinião e até a próxima.
Obs.
Não se deve confiar numa bruxa escocesa, Macbeth que o diga.
460
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