Duas semanas sem Person Of Interest e a saudade já estava batendo de ver nossos heróis foragidos e suas missões. Mesmo sabendo que o que move POI são os casos da semana que recheiam toda a temporada enquanto o arco principal ganha força por trás do plot semanal é gostoso acompanhar as estórias e personagens que são introduzidos pela Machine escritas com tanta criatividade e desenvolvidas com competência pelos atores e atrizes recorrentes. Não falo isso porque o Tomas Koroa (Adrian Bellani), falso vendedor de vinhos, é um gato charmoso que deu uma pitadinha ‘caliente’ ao episódio (tá, isso pode ter influenciado um pouquinho sim), mas porque a trama envolvendo ladrões profissionais sempre me fascinou.
O caso da semana, apesar de delicioso de se ver, foi totalmente relevante mas segurou as pontas para que o episódio não se tornasse massante com relação ao desenvolvimento do arco principal. Honor Among Thieves focou na vida secreta de Tomas, um ladrão de escala mundial, líder de uma gangue procurada pela interpol por grandes roubos de jóias valiosas. A Shaw, que já havia mostrado interesse mesmo antes de saber das atividades ilegais do cara foi incumbida de acompanhar de perto o próximo trabalho de Tomas e descobrir o que o colocaria em risco ou o faria um assassino.
Enquanto isso Root e Harold descobrem outro plano nefasto do Samaritano. Um esquema com o novo governador, aquele mesmo que foi eleito pela sabotagem do próprio sistema, para produzir e entregar gratuitamente tablets para todas as crianças estudantes do estado. Uma forma de monitorar e interferir na formação de opinião das crianças, uma verdadeira lavagem cerebral, como falou a Root. A Sta Groves quase foi descoberta pelo Samaritano enquanto dava uma de babá francesa o que me deixou intrigada. A invasão do computador abriu mais uma opção para o programa incrementar seu sistema de busca ao team machine. Agora mais que nunca ele estará atento a toda e qualquer tentativa de invasão de seus planos de dominação que me lembram Matrix toda vez que sinto a independência inevitável que esse sistema aspira.
A dupla preferida da Machine acaba por sabotar todo o esquema do pobre e inocente Jared que vê seus planos e o investimento recebido de 12 milhões virarem fumaça. Apesar de todo o cuidado e vigilância do Samaritano, Finch e Root conseguiram adiar por mais um tempo os projetos do sistema e ganhar mais tempo para a Machine trabalhar no que quer que seja que ela esteja fazendo para destruir o Samaritano, assim espero.
No fim das contas o Tomas era mesmo a vítima que serviria apenas para roubar, abrir o cofre e retirar o tal vírus mortal que seria espalhado em New York para cumprir os propósitos adivinhem de quem? Isso mesmo, do Samaritano. O charmoso ladrão seria descartado pelos próprios companheiros que, por sua vez, seriam eliminados por um antigo comparsa que foi pego e dado como morto na prisão. Uma mistureba para confirmar o bordão “Não há honra entre ladrões.”
Uma coisa que quero destacar é a presença do Nick E. Tarabay, o detestável Ashur da épica Spartacus que desempenhou um papel bem importante. Devon Grice é um agente da Décima, ele foi companheiro de Shaw nos velhos tempos e recebe ordens do Samaritano. Claramente Devon tem dúvidas com relação ao caráter das ordens que anda recebendo e acaba deixando Shaw ir embora com o Tomas e os frascos do vírus. Na tentativa de apagar dos vídeos de segurança o momento em que manda os dois supostos ladrões irem embora o Samaritano consegue recuperar e inicia um processo de restauração, ou algo parecido. Logo ele terá o rosto da Shaw e sua nova identidade será totalmente inútil.
Honor Among Thieves foi mais um episódio com a cara da fórmula da série: mais procedural impossível, mas foi bem divertido de ser visto. Mesmo que o caso da semana tenha sido super clichê juntando ladrões e vírus mortal em pleno surto de Ebola, o episódio trouxe elementos importantes para o arco principal e alguns momentos interessantes como o triângulo amoroso e o dilema moral da equipe. Afinal de contas eles acabam ajudando um bandido que se encaixa no argumento da Shaw de que eles estão nesse ramo para salvar vidas e não para devolver jóias caras para pessoas ricas que são certamente asseguradas. Uma pena o Tomas não ter se juntado ao team machine (rs) mas, por outro lado, nossa amada Shaw não o acompanhou até Barcelona deixando a nós e Root muito felizes.
14 de novembro de 2014 em Manicômio Séries 
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