Como demorei a escrever
sobre esse filme! Não por preguiça ou desinteresse, foi mesmo medo pela falta
de palavras para descrever o que vi na sala de cinema na última Quarta Feira
31/10. Como não as encontrei até hoje, resolvi fazer minha humilde review, com
minhas humildes palavras para descrever tão grande obra.
Sinopse
Produção que nos permite invadir
a intimidade de pai e filho, uma viagem ao passado sofrido de Luíz Gonzaga e
sua ascensão musical. Decidido a mudar seu destino, Gonzaga saiu de casa muito
jovem. Na cidade grande ele serviu o exército, fez show de rua e casou-se. Após
o nascimento do filho, sua esposa contraiu TB vindo a falecer e Gonzaga decidiu enfrentar a estrada para garantir o sustento de seu filho que foi deixado com um
casal de amigos no Rio de Janeiro. A distância entre pai e filho cresceu com o
passar do tempo trazendo complicações à relação e foi potencializada pelas
personalidades fortes de ambos. Baseada em conversas realizadas entre pai e
filho, essa é a linda história do cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga e de seu
filho Gonzaguinha. Uma emocionante viagem ao passado no sertão do Pernambuco.
Geral

Destaque para Júlio Andrade no papel de
Gonzaguinha (adulto) e Adélio Lima no papel de Gonzaga pai (adulto) que
demonstram uma química - pai e filho - incrível nas conversas tensas de acerto
de contas.
Temos também o Chambinho do Arcodeon que interpreta o
grande Lula na fase jovem, dando um show de desenvoltura e talento. Realmente surpreendente por não ser ator e deu conta do recado de sobra.
Land Vieira faz às
vezes do Gonzagão na adolescência, é ele que se responsabiliza em sofrer as
duras do preconceito, da pobreza e da coragem de sair de casa e se alistar no
exército, ótimo trabalho.
Seu Januário ganhou um ar cômico e familiar na pele
do Cláudio Jaborandi. Um pai de família que lembrou por demais meu avô, homem
simples, de jargões bem nordestinos e atitudes hilárias, um mito digno de todo
respeito!
Mas minha admiração e paixão instantânea foi pelo Alison Santos,
nosso pequeno Gonzaguinha. Interpretando com maestria o papel mais intenso da
produção, a criança sem identidade, sem mãe e de pai ausente, sem rumo. Um
peito cheio de dor e frustração, uma carência contida, um vazio dolorido demonstrado
através dos olhos revoltosos e das tentativas em vão de conter as lágrimas.

Breno Silveira, o mesmo
diretor de 2 Filhos de Francisco, repete a fórmula biográfica em Gonzaga de Pai Para Filho,
mostrando a dureza da sobrevivência de um pobre talentoso que venceu na vida. As falhas
na produção não comprometem o sucesso do filme que tempera todo o drama com
pitadas de humor valiosas e proporciona um vai e vem de risos e lágrimas
delicioso.
Impressão
Não tenho palavras, como já
disse, para descrever a emoção sentida ao ver esse filme. Saí pensando assim: ‘E
tem gente que reclama da vidinha mais ou menos que leva; uma blasfêmia!’
Uma produção brasileira
digna, sem enganações, sem apelação, sem marcas digitais... Apenas a verdade...
Cópia? Clichê? Com lacunas?
Não respondeu o que você queria? É cinema real, é biografia, é Brasil!
Se
muitas histórias de sucesso começam com pobreza e sofrimento, não posso esperar
que a magia do cinema mude a realidade...
As lacunas existem, em tudo e em
todos. Pai e filho faleceram com esse vazio no peito que não foi respondido, foi preenchido pela paz do perdão.
Não tenho menos a oferecer
do que meu MAGNÍFICO a essa produção. E tenho dito.
Fontes:
Fontes:
Adorei!!! Vocês estão de parabéns!
ResponderExcluirObg! Mas cuido do blog sozinha :D
ExcluirNão tem como não se inspirar ao ver tão belo filme!