Com um medo danado de me
tornar plagiadora e repetitiva, aqui está: O Hobbit, Uma Jornada Inesperada.
Minha indigna crítica a uma obra imensa, épica, magnífica, quase perfeita... Inexplicável.
Sinopse
A produção, baseada no livro
de J. R. R. Tolkien, The Hobbit, conta a primeira de três partes da aventura
vivida por Bilbo Baggins, um hobbit que acompanha 13 anões de volta ao Reino de
Erebor, sua terra conquistada a muito tempo pelo dragão Smaug. Introduzido na
aventura pelo mago Gandalf, o Cinza, Bilbo e os anões, liderados pelo lendário
Thorin Escudo-de-Carvalho atravessam terras sombrias, lugares traiçoeiros
infestados por seres funestos como Orcs, Wargs e Ogros. Em certo momento da
empreitada, os viajantes se vêem emboscados por uma raça pequena de Orcs, é
onde Bilbo consegue se safar sozinho e dá de cara com Smeagol, vulgo Gollum,
nas margens de um lago subterrâneo e se apodera do anel ‘precioso’. Num jogo de
adivinhações, Bilbo põe em prática sua profunda astúcia e coragem, que
surpreende até mesmo a ele, como também descobre as qualidades úteis do anel.
Um anel de ouro, a muito tempo esquecido, que está ligado ao destino de toda a
Terra-Média, de uma maneira que nem Bilbo nem ninguém poderia imaginar.
Geral
A trilogia “O Hobbit” tem
tudo para ser mais uma prova viva de saga inteligente. A primeira parte da trilogia, O Hobbit – Uma Jornada
Inesperada; agrada os fãs de Tolkien e os que não são também. Tem um respeito
imenso pelos personagens e trata com minucioso carinho elementos importantes do
livro, como as canções.
A narrativa se
inicia quase que no mesmo instante que O Senhor dos Anéis – A Sociedade do
Anel; com Bilbo (Ian Holm) e Frodo (Elijah Wood) às vésperas da
festa de aniversário do primeiro. A pequena sequência é muito importante para a
plateia ser inserida no universo da Terra-Média. Neste momento, quem não é
familiarizado com o livro recebe de cara a informação de que estamos de volta à
Terra Média.
Todos são
conduzidos a um retrocesso no tempo de 60 anos e lá está Martin Freeman na pele do
jovem Bilbo. Ele vive pacatamente no Contado e tem sua rotina atropelada após a visita
de Gandalf, o Cinza (Ian McKellen). Após um jantar
pra lá de tumultuado, o pequeno hobbit acaba em uma jornada ao lado do mago e
de nada menos que 13 anões: Bofur, Ori, Kili, Fili, Dwalin, Oin, Bombur, Dori,
Gloin, Balin, Nori, Bifur e, é claro, Thorin, Escudo-de-Carvalho.
Os anões são um
dos destaques. É impressionante o cuidado minucioso em caracterizar cada personagem
do livro em detalhes individualmente interessantes, cada um com sua função e
com uma personalidade diferente. O mérito para tanto deve ser dividido entre os
atores e a equipe de produção, afinal o figurino e a maquiagem foram fundamentais.
Detalhe que em comparação com os Orcs, bem produzidos também, vemos nitidamente
que os anões são distintos já os Orcs são feitos similarmente para darem a impressão de massa, tendo como
diferentes apenas os chefes, como destaque.
Peter Jackson,
mais uma vez, dirige cenas de ação de maneira tão perfeccionista, com uma
minuciosidade tão precisa que fica a dúvida se ele é mesmo apenas um simples
diretor... Dizem que se J. R. R. Tolkien estivesse vivo, sem dúvida, abraçaria as duas adaptações de Peter Jackson.
A trilha sonora é
espetacular! É incrível como a melodia da canção dos anões fica gravada na mente após a
sessão. O compositor Howard Shore também não dispensa referência aos
anteriores. Tocando a música tema de “O Senhor dos Anéis” de fundo em vários
momentos, e até mesmo em plano superior. O clima é o mesmo, o ritmo é o mesmo, os arranjos usados são praticamente os mesmos... É incrível!
A fotografia
dispensa comentários. Se a 10 anos atrás já eram espetaculares, imagina agora,
com tudo que a tecnologia 3D pode oferecer! No site Omelete, Érico Borgo nos dá
uma clara descrição da tecnologia usada na produção;
"Peter Jackson completa seu retorno à Terra-média com uma
novidade tecnológica: os 48 quadros por segundo (desde
a aurora do cinema, 24 quadros, metade da novidade, bastavam para que o cérebro
humano registrasse as imagens em movimento). O resultado do dobro de
informação, toda ela em alta definição e registrada em 3D pelas novíssimas
câmeras Red Epic, é
hipnótico e um tanto perturbador de tão perfeito. O
Hobbit é quase
hiper-realista nessa versão.
Basicamente, depois de alguma estranheza inicial (eu demorei uns
bons minutos para parar de achar que tudo estava andando em câmera acelerada) e
um ou outro momento de certa (pouca) vertigem, a definição cristalina empolga
de verdade. É tudo tão irretocável - e dificil de explicar - que você se
surpreende parando de prestar atenção no todo para encarar detalhes, como a
textura de uma caneca, ou a forma como a água cai em uma cachoeira. É coisa de
hobbit chapado depois de umas boas tragadas de Folha de Longbottom em seus cachimbos.
A clareza de imagem e movimento é tamanha que diversas vezes
senti-me de certa forma - por mais bizarro que possa parecer -
"invadindo" o espaço dos personagens durante os close-ups.
Dá pra ver cada poro e nuance de movimento, cada fio de barba, cabelo ou fibra
da roupa. É realmente impressionante, talvez até demais. O cinema, em seu mais
de século de existência, sempre usufruiu de uma "aura" mágica
estabelecida pela película e que aos poucos vem sendo quebrada pelos formatos
digitais. Peter Jackson renega essa aura e dá um novo sentido a ela, entregando
ao espectador uma visão em primeira pessoa não de fora da tela, mas dentro
dela. Bem-vindo à Terra-média - e ao futuro do cinema." ( http://omelete.uol.com.br/hobbit/cinema/o-hobbit-uma-jornada-inesperada-critica/)
Martin Freeman foi uma ótima escolha; bem parecido
fisicamente com o velho Bilbo, ele mescla a esperteza dos Hobbits e seus
trejeitos. Freeman foi um Hobbit perfeito. É inegável que é Martin Freeman
que rouba a cena. Conhecido pela atuação em O Guia Do Mochileiro Das Galáxias o ator
brilha como Bilbo, passando bem as dúvidas e angústias do personagem.
Quem também se saiu bem foi o Richard Armitage como Thorin, um
anão que se torna gigante pela sobrecarga emocional e espírito de liderança que
carrega. O ator ainda ostenta um sotaque inglês digno de um lorde deixando seu
personagem simplesmente imponente.
O restante
do elenco dos anões é bem divertido!
Outro retorno pra lá de especial é o de Andy Serkis como Gollum.
A captura de movimentos e, principalmente, de expressões faciais está ainda
mais impressionante que a 10 anos atras. O personagem surge rapidamente, mas logo
desperta o interesse e, até mesmo, o carinho por parte do espectador.
Ian McKellen já do conhecimento de todos, e claro, bom ator como ele é, não perde sua essência como Gandalf. Nunca perderá!
Impressão
Primeiro o desabafo - Moro
em uma cidade estranha. Quer ser grande metrópole, mas tem comportamento de
vila entocada, daquelas bem desprivilegiadas, que sofre com o descaso do
governo com relação à saúde e educação. Explico: a maioria da população (quase
300.000 habitantes votantes) tem problemas com os filmes legendados. O problema
de DDA é grave, já que não conseguem ler a legenda e ver o filme ao mesmo tempo!
Por causa desse problema ridículo essa produção épica e magnífica ficou em
cartaz (cópia com áudio original – legendada) apenas UMA SEMANA, isso mesmo,
UMA SEMANA! Quando fui procurar ver o filme mais uma vez pra captar detalhes
perdidos na primeira vez, descobri que só tinha dublado, sem o 3D e em horários
completamente inconvenientes! Assisti assim mesmo a cópia sem o 3D e
desgraçadamente dublada. Uma derrota...
(Desculpa aí pessoal, mas
minha indignação é tamanha que precisava ser exposta!)
Mas... vamos ao que
interessa.
O início do filme nos trás
de volta Froddo e toda a sua doçura, relembrando que já estivemos nas tocas de portas redondas do Condado. É uma nostalgia morna e gostosa como a brisa que embala as
folhas do jardim de Bilbo (Em 3D é mais fácil ainda de sentir essas coisas
kkk). Eu li o livro, e me impressionei com a cautela da produção minuciosa do
filme, tudo muito similar à trilogia de O Senhor dos Anéis. O filme não cansa
de lançar referências a saga anterior, personagens, artefatos, símbolos e
detalhes que se encaixam de maneira esplendorosa, coisas de Tolkien e sua
incrível inteligência e Jackson com seu perfeccionismo que nos é um presente dos deuses.
A duração do filme pode até
ser um probleminha, algumas cenas esticadas, explicativas e muito detalhadas
causam um certo tédio em algumas pessoas na plateia (lembro que 2 pessoas
deixaram o filme na metade e eu gritei : QUEIMEM HEREGES, NO FOGO DA MONTANHA
DA PERDIÇÃO DE MORDOR!! Enquanto meus amigos riam rsrsrs) mas, aqui pra nós,
quem é que não se delicia em 169 minutos de aventura Tolkieana pela Terra-Média
conduzida pelo mago Peter Jackson?
O que posso dizer? Espetacular, ousado,
grandioso! De longe melhor filme do ANO! Peter Jackson comprovando sua
competência mais uma vez nessa adaptação fantástica da obra de Tolkien, coisa
não muito fácil! Realmente uma produção cinematográfica épica, pra ficar, mais
uma vez na história!
Fontes:
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